domingo, 26 de julho de 2009

Um ganda PAI

O pior dia da minha vida. Faz hoje um ano. Passa muito depressa o tempo, tenho-te bem presente na minha memória diariamente.
Na sexta-feira passada estiveram na oficina o Sr. Eduardo, o irmão Paulo e o Genro do Sr. Eduardo. È impressionante, vêem de Lisboa para Ourém fazer a revisão ao carro, desta vez ao do genro. Vêem de manhã cedo e ficam por ali o dia inteirinho á espera do carro. È assim desde Angola de onde já eram teus clientes e depois aqui em Portugal. Sempre que precisam de uma revisão maior ao carro lá vem eles. Falámos em ti naturalmente e dizia-me o Sr. Eduardo, que em 1986 tinha dois Mercedes 190 D na praça em Lisboa dois táxis do mesmo ano, um reparei-lhe o motor em Lisboa fez 600.000 km o outro foi o teu Pai que o reparou em Ourém fez 1.200.000 km. Lembro-me bem disso ainda. O último que reparou já foi na Auto Gonçalves tem um milhão e cem mil km e ainda não parou dizia-me. De facto havia qualquer coisa nessas mãos que eram diferentes de todos os outros. Contigo era tudo á centésima quando os outros eram milímetros e num motor sei bem (porque contigo aprendi) a diferença que faz décimas de diferença. Tinha que ser como tu querias, nas rectificadoras ficavam a princípio danados, porque não queriam rectificar os motores como tu querias, hoje aconselham que se faça do mesmo modo que tu há 35 anos atrás exigias. Ainda hoje a reparação de um motor é igual a 30- 40 anos atrás. Evoluiu-se muito em electrónica e na qualidade dos materiais mas por dentro continuam iguais (pistões, camisas, segmentos, válvulas etc. etc.) e reparam-se da mesma maneira. Hoje quando ouço dizer que as marcas não reparam motores, trocam-nos por novos, rio-me para dentro como tu rias também. Salvo raras excepções quem é que hoje num concessionário de marca sabe reparar um motor? Poucos, mesmo muito poucos pois a maioria são mecânicos no máximo á dez anos. Felizmente todos os funcionários que trabalham comigo foram teus alunos, e em relação às novas tecnologias agora existentes também eu penso que acrescentei algo fruto das muitas formações que fui fazendo ao longo dos anos. Tenho uma boa equipa sem dúvida que tu formaste e eu ajudei. Pena a crise que se arrasta e não se vislumbra o fim.
Hoje foi a forma que encontrei hoje de falar contigo.
FAZES-ME MUITA FALTA.

UM BEIJO DAS TUAS NETAS BEATRIZ E MADALENA, DA PAULA E UM MEU COM MUITAS SAUDADES. MUITAS MESMO.
Até sempre PAI serás sempre o meu Herói.

Rogério Gonçalves

quinta-feira, 2 de julho de 2009